terça-feira, 4 de agosto de 2020

Impactos ambientais da obsolescência programada e planeada de computadores e celulares

Os produtos electrónicos, especialmente os computadores e celulares, fazem parte do nosso cotidiano e proporcionam-nos diversos benefícios, tais como a rápida comunicação, o entretenimento e a transmissão de informações. Estes produtos antigamente eram duradouros, mas hoje em dia têm um curto período de vida devido à obsolescência programada e planeada adoptada pelas empresas para fomentar o aumento da compra dos seus bens e consequentemente dos lucros.

Tal como afirma Santos (2017), a obsolescência programada e planeada são estratégias empresariais propositadamente usadas para fazer com que os computadores e celulares ou os seus componentes parem de funcionar, quebrem-se, tornem-se lentos e ultrapassados em um curto período de tempo por causa da redução da sua vida útil e do lançamento de novos dispositivos electrónicos mais avançados tecnologicamente.

Em decorrência das estratégias acima aludidas, há maior produção e aquisição de novos computadores e celulares e descarte daqueles que param de funcionar, ficam obsoletos ou apresentam algum defeito, porque quanto menor for a durabilidade de um produto, maior será o seu descarte, a compra e o fabrico de novos produtos para substituí-lo e atender a demanda pelos mesmos. Este facto contribui para o aumento exponencial de resíduos electrónicos, do consumo de energia na fase de manufactura e da sobre-exploração dos recursos naturais utilizados na produção destes dispositivos.

Segundo Ray (2014), os computadores e celulares são inofensivos quando estão em funcionamento, porém após o fim da sua vida útil podem gerar impactos ambientais negativos tais como a poluição do solo e a contaminação das águas subterrâneas quando forem enterrados e a poluição do ar quando forem queimados, pois estes dispositivos são constituídos por substâncias altamente tóxicas, como o Mercúrio, Chumbo e Cádmio.

A maioria das pessoas possui estes dispositivos electrónicos, todavia nem todos têm conhecimentos sobre o que fazer quando acaba a sua vida útil. Portanto, para a mitigação dos impactos ambientais negativos do descarte induzido ou advindo da obsolescência programada e planeada dos computadores e celulares, é fundamental que não os descartemos até que sejam esgotadas todas as possibilidades de reciclagem, reparo ou reuso dos seus componentes para outros fins;

É também relevante difundirmos informações referentes aos impactos ambientais negativos resultantes das estratégias empresariais acima supracitadas nas redes sociais, blogs, rádios e televisões, bem como informações sobre os benefícios económicos da reutilização e reciclagem dos resíduos electrónicos e desvantagens ambientais da destinação incorrecta dos mesmos. Desta forma, os consumidores destes dispositivos poderão repensar nos seus hábitos de compra, descarte e privilegiar as práticas de reciclagem e reutilização quando for possível, contribuindo de forma directa ou indirecta na mitigação dos impactos ambientais negativos anteriormente citados.

 

Elaborado por: Sheila Muianga e Eugénio Fabiano Mingana

 

Bibliografia Consultada

Rey, L. F. (2014). La obsolescência programada: sus consecuencias en el ambiente y la importancia del consumo responsable.

Santos, R. H. M. (2017). Os impactos da obsolescência programada e/ou percebida no descarte e na logística reversa de aparelhos celulares. Brasília – DF: Universidade de Brasília.

 


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