Os produtos electrónicos, especialmente os computadores e celulares, fazem parte do nosso cotidiano e proporcionam-nos diversos benefícios, tais como a rápida comunicação, o entretenimento e a transmissão de informações. Estes produtos antigamente eram duradouros, mas hoje em dia têm um curto período de vida devido à obsolescência programada e planeada adoptada pelas empresas para fomentar o aumento da compra dos seus bens e consequentemente dos lucros.
Tal como afirma Santos (2017), a obsolescência programada e planeada são
estratégias empresariais propositadamente usadas para fazer com que os
computadores e celulares ou os seus componentes parem de funcionar, quebrem-se,
tornem-se lentos e ultrapassados em um curto período de tempo por causa da
redução da sua vida útil e do lançamento de novos dispositivos electrónicos mais
avançados tecnologicamente.
Em decorrência das estratégias acima aludidas, há maior produção e
aquisição de novos computadores e celulares e descarte daqueles que param de
funcionar, ficam obsoletos ou apresentam algum defeito, porque quanto menor for
a durabilidade de um produto, maior será o seu descarte, a compra e o fabrico
de novos produtos para substituí-lo e atender a demanda pelos mesmos. Este
facto contribui para o aumento exponencial de resíduos electrónicos, do consumo
de energia na fase de manufactura e da sobre-exploração dos recursos naturais utilizados
na produção destes dispositivos.
Segundo Ray (2014), os computadores e celulares são inofensivos quando
estão em funcionamento, porém após o fim da sua vida útil podem gerar impactos
ambientais negativos tais como a poluição do solo e a contaminação das águas
subterrâneas quando forem enterrados e a poluição do ar quando forem queimados,
pois estes dispositivos são constituídos por substâncias altamente tóxicas,
como o Mercúrio, Chumbo e Cádmio.
A maioria das pessoas possui estes dispositivos electrónicos, todavia nem
todos têm conhecimentos sobre o que fazer quando acaba a sua vida útil.
Portanto, para a mitigação dos impactos ambientais negativos do descarte induzido
ou advindo da obsolescência programada e planeada dos computadores e celulares,
é fundamental que não os descartemos até que sejam esgotadas todas as
possibilidades de reciclagem, reparo ou reuso dos seus componentes para outros
fins;
É também relevante difundirmos informações referentes aos impactos
ambientais negativos resultantes das estratégias empresariais acima supracitadas
nas redes sociais, blogs, rádios e
televisões, bem como informações sobre os benefícios económicos da reutilização
e reciclagem dos resíduos electrónicos e desvantagens ambientais da destinação
incorrecta dos mesmos. Desta forma, os consumidores destes dispositivos poderão
repensar nos seus hábitos de compra, descarte e privilegiar as práticas de
reciclagem e reutilização quando for possível, contribuindo de forma directa ou
indirecta na mitigação dos impactos ambientais negativos anteriormente citados.
Elaborado por: Sheila Muianga e Eugénio Fabiano
Mingana
Bibliografia Consultada
Rey, L. F. (2014). La obsolescência programada: sus
consecuencias en el ambiente y la importancia del consumo responsable.
Santos, R. H. M.
(2017). Os impactos da obsolescência
programada e/ou percebida no descarte e na logística reversa de aparelhos
celulares. Brasília – DF: Universidade de Brasília.
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