sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Lâmpadas fluorescentes: implicações ambientais e sanitárias resultantes do seu descarte

Nas últimas décadas, as lâmpadas fluorescentes têm sido muito utilizadas nas residências, empresas, hospitais e escolas porque elas são baratas, duradouras, consomem pouca energia eléctrica e geram boa luminosidade.

Estes tipos de lâmpadas só proporcionam os benefícios acima indicados quando estão intactas ou em funcionamento, entretanto, ao quebrarem-se ou quando forem descartadas no lixo e quebrarem-se, podem libertar substâncias extremamente tóxicas que permanecerão no ar, na água ou no solo, gerando riscos à saúde humana e danos ao meio ambiente. Dentre estas substâncias, o mercúrio é que merece destaque, pois quando ele é inalado pelo Homem pode criar problemas no seu sistema nervoso e quando é absorvido pelas plantas e animais, pode permanecer na cadeia alimentar e afectar negativamente a saúde dos seres humanos.

No entanto, apesar do mercúrio existente em uma lâmpada não causar graves danos ao meio ambiente, de acordo com Carvalho et al. (2012), o mercúrio proveniente da quebra de várias lâmpadas descartadas no mesmo local ao longo dos anos pode originar impactos ambientais negativos, tais como a poluição dos solos, das águas subterrâneas e superficiais.

Para evitar os riscos relacionados à exposição ao mercúrio presente nas lâmpadas fluorescentes, pode-se optar pelo uso de lâmpadas em forma de LED, pois tirando o facto de estas lâmpadas serem caras, elas proporcionam mais benefícios que as fluorescentes sob a perspectiva ambiental, económica e energética, visto que não contêm substâncias tóxicas, não consomem muita energia, são altamente duradouras e geram uma luminosidade intensa.

Pode-se também vender ou descartar as lâmpadas fluorescentes em desuso nos ecopontos existentes nas escolas ou bairros para que os seus componentes possam ser reciclados ou reutilizados. A título de exemplo, Wiens (2001) e Hirajina et al. (2005) apontam que o mercúrio existente nas lâmpadas fluorescentes em desuso pode ser usado na fabricação de outras lâmpadas ou de termómetros; a poeira fosforosa oriunda deste tipo de lâmpada pode ser utilizada como pigmento na produção de tintas ou material fluorescente para outras lâmpadas; o alumínio proveniente destas lâmpadas pode ser aproveitado na fabricação de soquetes para outras lâmpadas e o vidro na produção de asfalto ou de esmalte para vitrificação de cerâmicas.

Portanto, ao comprarmos uma lâmpada para o uso residencial, hospitalar ou comercial, não devemos ter em conta apenas as vantagens económicas e energéticas que ela proporciona, mas também as implicações ambientais e sanitárias decorrentes do seu descarte.


Produzido por: Eugénio Fabiano Mingana


Bibliografia consultada

Carvalho, M. T. M., Viela, A. F. C., Junqueira, R. B. M., & Lanna, A. C. (2009). Qual é a sua pegada? O reflexo de seu consumo. Santo António de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão.

Hirajima, T., (2005). Feasibility of efficient recovery of rare earth: active phosphors from waste fluorescent lamps through dense-medium centrifugation, Separationa and Purification Technology.

Wiens, C. H. (2001). Gestão de resíduos tóxicos: o caso das lâmpadas fluorescentes descartadas em quatro empresas do sector autoprodutivo da região metropolitana de Curitiva – PT. Porto Alegre: UFRGS.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Impactos do derrame de petróleo no mar

Imagem do Satélite 2020 Maxar Technologies, via AP

O petróleo é uma das principais fontes de energia utilizadas na actualidade e tem sido relevante para o progresso económico das sociedades. Entretanto os acidentes que resultam do derrame desta substância no mar, têm causado impactos ambientais e apresentado um dos principais perigos para o ecossistema marinho, para os seres vivos que coabitam no mesmo e dependem dele para a sua sobrevivência.

Apesar das estatísticas apontarem para uma redução do número de incidentes envolvendo derrames de petróleo no ambiente marinho segundo aponta a Federação Internacional de Poluição dos Proprietários de Petroleiros Lda (ITOPF, 2009), estes incidentes continuam a ocorrer.

Num cenário mais recente, ocorreu um derrame de petróleo no sudeste ilhas Maurícias. Este incidente envolveu o navio MV Wakashio que encalhou em 25 de Julho de 2020, enquanto transportava cerca de 4.000 toneladas de gasóleo e petróleo num percurso entre a China e o Brasil e culminou com o derrame.

Segundo D’AGOSTO (2015), com o derrame de petróleo no ecossistema marinho há formação de uma mancha negra, que bloqueia a passagem da luz, impossibilitando a produção da fotossíntese e impedindo a troca dos gases entre a água e o ar. De acordo com o mesmo autor, o derrame de petróleo afecta todo o ecossistema marinho e causa enormes danos ao meio ambiente, como por exemplo, morte dos peixes por asfixia, quando entram em contacto com a substância, e para além destes, verificam-se implicações na sociedade em geral tendo em conta que dependem da actividade pesqueira e do turismo para sobreviver.

Actualmente a importância do petróleo é vasta, no entanto há necessidade se proteger o meio ambiente, investindo em tecnologias capazes de evitar os danos gerados no ambiente marinho, assim como intensificar a fiscalização e cumprimento das normas que abordam os impactos ambientais gerados pelo derrame. Desta forma é também relevante destacar que o uso das energias renováveis é uma forma de combater as energias mais poluentes.

Elaborado por:

Edmilson Vilanculos

 


Bibliografia

D’AGOSTO, M. A. (2015). TRANSPORTE, USO DE ENERGIA E IMPACTOS AMBIENTAIS: uma abordagem introdutória. São Paulo: Campus.

ITOPF. Handbook 2009/2010. The International Tanker Owners Pollution Federation Limited. London, UK, 2009a. Disponível em: <www.itopf.com>.


terça-feira, 4 de agosto de 2020

Impactos ambientais da obsolescência programada e planeada de computadores e celulares

Os produtos electrónicos, especialmente os computadores e celulares, fazem parte do nosso cotidiano e proporcionam-nos diversos benefícios, tais como a rápida comunicação, o entretenimento e a transmissão de informações. Estes produtos antigamente eram duradouros, mas hoje em dia têm um curto período de vida devido à obsolescência programada e planeada adoptada pelas empresas para fomentar o aumento da compra dos seus bens e consequentemente dos lucros.

Tal como afirma Santos (2017), a obsolescência programada e planeada são estratégias empresariais propositadamente usadas para fazer com que os computadores e celulares ou os seus componentes parem de funcionar, quebrem-se, tornem-se lentos e ultrapassados em um curto período de tempo por causa da redução da sua vida útil e do lançamento de novos dispositivos electrónicos mais avançados tecnologicamente.

Em decorrência das estratégias acima aludidas, há maior produção e aquisição de novos computadores e celulares e descarte daqueles que param de funcionar, ficam obsoletos ou apresentam algum defeito, porque quanto menor for a durabilidade de um produto, maior será o seu descarte, a compra e o fabrico de novos produtos para substituí-lo e atender a demanda pelos mesmos. Este facto contribui para o aumento exponencial de resíduos electrónicos, do consumo de energia na fase de manufactura e da sobre-exploração dos recursos naturais utilizados na produção destes dispositivos.

Segundo Ray (2014), os computadores e celulares são inofensivos quando estão em funcionamento, porém após o fim da sua vida útil podem gerar impactos ambientais negativos tais como a poluição do solo e a contaminação das águas subterrâneas quando forem enterrados e a poluição do ar quando forem queimados, pois estes dispositivos são constituídos por substâncias altamente tóxicas, como o Mercúrio, Chumbo e Cádmio.

A maioria das pessoas possui estes dispositivos electrónicos, todavia nem todos têm conhecimentos sobre o que fazer quando acaba a sua vida útil. Portanto, para a mitigação dos impactos ambientais negativos do descarte induzido ou advindo da obsolescência programada e planeada dos computadores e celulares, é fundamental que não os descartemos até que sejam esgotadas todas as possibilidades de reciclagem, reparo ou reuso dos seus componentes para outros fins;

É também relevante difundirmos informações referentes aos impactos ambientais negativos resultantes das estratégias empresariais acima supracitadas nas redes sociais, blogs, rádios e televisões, bem como informações sobre os benefícios económicos da reutilização e reciclagem dos resíduos electrónicos e desvantagens ambientais da destinação incorrecta dos mesmos. Desta forma, os consumidores destes dispositivos poderão repensar nos seus hábitos de compra, descarte e privilegiar as práticas de reciclagem e reutilização quando for possível, contribuindo de forma directa ou indirecta na mitigação dos impactos ambientais negativos anteriormente citados.

 

Elaborado por: Eugénio Fabiano Mingana

 

Bibliografia Consultada

Rey, L. F. (2014). La obsolescência programada: sus consecuencias en el ambiente y la importancia del consumo responsable.

Santos, R. H. M. (2017). Os impactos da obsolescência programada e/ou percebida no descarte e na logística reversa de aparelhos celulares. Brasília – DF: Universidade de Brasília.